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17.5.10

Meu semelhante

Eu ando pelo mundo dentre olhares e expressões
Promessas de curas e maldições
Acordos de paz que não podem seguir adiante
Pois os homens em suas guerras
Por riquezas ou santificações
Já não o vêem mais, meu semelhante

Nem a vida que lhes oferta a fronte
Nem os peixes nem as aves nem as vacas sagradas
Nada que nade, caminhe ou voe pelo horizonte
Nada, apenas esse fétido ouro negro
A escravizar aqueles que lhe buscam lá fora
Pois que são como cascas vazias, meu semelhante

Quem dera pudessem olhar o céu noturno
E ver sua luz trazendo as boas novas
De épocas em que não participamos
Não como homens, mas como átomos
Como luz a cruzar o infinito
Quem dera vissem suas estrelas
Como quem vê poesia em quadro negro
Como quem se alegra, mas guarda segredo

Que nem todos estão preparados para enxergar
O que vêem a olho nu
Preferem se iludir ou se entreter com essas sombras
Essas cascas de sentimento
Esses manuais de verdades absolutas
Esses códigos de ciência infalível
E promessas e barganhas de um mundo melhor
Um céu que está sempre lá fora a ser alcançado
Nunca aqui dentro, a ser amado

Eu quero conhecer só a ti, meu semelhante
Que estamos todos conectados:
Pela biologia, a vida.
Pela química, aos planetas.
Pelos átomos, as estrelas.
Mas é tão somente pelo agitar da mente
E pelas lentes claras do pensamento
Que percebemos que aqui sempre estivemos
Que sempre fomos semelhantes
Pois nunca um poderia estar fora do outro
Embora sua substância nos permeie a todos
Como o perfume dos amantes

Todo o turbilhão de partículas do cosmos
E todas as galáxias e estrelas
E todas as eras geológicas
E todas as poesias, e todas as equações
E todos os olhares e expressões
Todo amor e toda a gratidão para ti
A substância que não pode criar a si mesma
Mas que tudo o mais criou
Eu quero desvendar todos os mistérios e enigmas
Todos os códigos que nos ocultou
Dentre essa brisa de poeira vacilante
Eu quero conhecer só a ti, meu semelhante

raph'10

***

Crédito da foto: Descubra o Cosmos (NASA)

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3 comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Email, pauloluiz41@hotmail.com

Como vejo meus semelhantes.

Tenho setenta e três anos, já analisei muitas coisas nesta vida, mas a que mais me impressiona com referência ao ser humano, é sem sombra de duvida o não aproveitamento do potencial maravilhoso do seu cérebro.
Refletindo, nós estamos no século vinte um, na era da informática, do avião a jato e de tantos outros seguimentos científicos avançadíssimos. Uma das coisas mais importante que precisamos saber é analisar tudo que nos rodeia, enfim sermos observadores de todos os detalhes que envolvem nossas vidas.
Estamos vivendo em uma época de grandes competições, portanto há uma enorme possibilidade de sermos ludibriados, como se diz na gíria ser passado para traz. Os seres humanos os quais sabem usar sua inteligência, o bom senso e a razão conseguem se livrar dos espertalhões que tentam ludibriá-los, mas há aqueles que desprezam preguiçosamente o potencial maravilhoso do seu cérebro deixando-se conduzir pela medíocre correnteza dos insensatos.
Mergulhados na correnteza da insensatez, estas pessoas, são facilmente enganadas por políticos inescrupulosos, por vendedores muitas vezes desonestos, pela famigerada mídia a qual os induz ao consumismo exagerado e desnecessário, também, sem sombra de duvida pelos falsos profetas que proliferam por muitos seguimentos religiosos, montando verdadeiros impérios de poder e dinheiro, dinheiro este tirados de pessoas pobres que se entregam de corpo e alma a estes movimentos em busca de prosperidade, cura de enfermidades ou para resolverem problemas emocionais.
Estas pessoas geralmente estão fragilizadas pela situação adversa em que se encontram, sendo assim se tornam presa fácil dos espertalhões, os quais usam técnicas bem aprimoradas de convencimento, induzindo os a um frenético fanatismo, fanatismo este os quais os levam para um regime de escravidão consensual.

Paulo Luiz Mendonça. Autor do livro, Crônicas, Indagações e teorias, Editora Scortecci.

Nota, se tiverem interessados em crônicas combatendo políticos corruptos e religiões fajutas, procurem na Google e só digitar Paulo Luiz Mendonça, tem mais de 100 trabalhos meus.

17/6/11 08:51  
Anonymous Anônimo disse...

SERVIDOR DE DEUS

No tempo da idade média
No deslumbre das cruzadas.
A mão segurando a bíblia
Era a mesma empunhando a espada.

Hoje na idade moderna
Sem muitas guerras sagradas.
A mão segurando a bíblia
É a mesma que explode a granada.

Não sou muito inteligente
Nem mesmo sou bem dotado.
Mas mão que é servente a Deus
Não pode servir o diabo.

Belas artes feitas em barro
Que faz do mestre um oleiro.
Só obras a nós creditadas, nos
nos faz cristãos verdadeiros.

Não adianta ir a igreja,
Com esta bíblia não mão.
E preciso ter no peito,
Muito amor no coração.

Deixei de hipocrisia,
Não tenho bíblia na mão.
Eu prefiro não ser nada
Do que ser falso cristão.

Esta poesia foi extraída do livro, crônicas, Indagações e teorias, Paulo Luiz Mendonça
Email, pauloluiz41@hotmail.com

17/6/11 08:54  
Blogger raph disse...

Obrigado pela contribuição Paulo, isso me remeteu a uma outra poesia minha:

Guerra santa
Santa guerra
Nada planta
Nada altera

Na Terra Santa
Ainda entoam
A lei do talião
Ainda tingem de sangue
Cada canteiro sagrado
E cada verso em oração...

Na Terra Santa

O que tem de santa essa terra?
O que tem de luz nessa guerra?
Além do Sol que vem aliviar
Da escuridão, aqueles que sofrem:
Os inocentes em meio à loucura
Que veem cegos a lutar;
Olho por olho
Só os inocentes ainda podem enxergar

Na Terra Santa
Ainda guardam Barrabás
E deixam o cordeiro de Deus sangrar
É que gostam de lutar
Por cada palmo de chão
E por cada gota de sangue no chão...

Na Terra Santa


"Rezas Inúteis II" - raph'09

17/6/11 11:46  

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