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22.10.14

Um convite para a eternidade

São rostos de todo tipo,
faces e olhares a alhures,
e restos de passados,
angústias de futuros,
e presentes aprisionados
num vagão lotado
e na tela cristalina
de um smartphone...

Não obstante, neste instante,
por entre meios fios
e rachaduras em concretos frios,
flores desabrocham,
relvas tingem o cinza,
e verdejam as plantas mais comuns,
enquanto as montanhas cochicham umas as outras
(por milênios a fio)
sobre os seres apressados
que elas viram nascer
e passar e morrer...

Cada pedra portuguesa desta calçada,
cada pequeno jardim,
cada loja de rua e padaria,
cada igreja e banca de jornal daqui
são para mim os símbolos e os emblemas
da minha breve história...

Lá do alto, porém,
de braços abertos,
e um olhar convidativo ao horizonte sem fim deste grande mar,
vela por nós o Cristo,
e nos redime de nossa brevidade,
e nos estende a mão –
um convite para a eternidade.


raph'14

***

Crédito da foto: Ladyce West

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2 comentários:

Blogger Alexandre disse...

Belo poema, Ralph!

22/10/14 15:08  
Blogger raph disse...

Obrigado :)

23/10/14 16:40  

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