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6.11.14

Lançamento: Conhecendo a Psicanálise

As Edições Textos para Reflexão publicam novamente um livro de Igor Teo, colunista do portal Teoria da Conspiração e autor do blog Artigo 19:

"Conhecendo a Psicanálise é um livro introdutório que visa proporcionar ao leitor um entendimento dos fundamentos da psicanálise. Ao longo da obra são discutidos temas como inconsciente, sintoma, psicoterapia, interpretação, complexo de Édipo, dentre outros, através de uma visão que busca unir os aspectos psicodinâmicos do sujeito com as características sociais que marcam nosso tempo. Numa linguagem acessível, são transmitidas ideias de autores como Freud e Lacan, principais expoentes deste campo."

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Abaixo, segue o prefácio do livro, pelo próprio autor...

A modernidade é marcada pela massiva racionalização da relação do homem com a natureza e a vida. A ciência moderna cada vez mais calcula, mede, quantificada, experimenta. Este modelo de racionalidade tem um caráter totalitário, uma vez que não admite que outros modos de produção de conhecimento – não orientados pelos mesmos princípios epistemológicos e metodológicos – sejam considerados racionais. Assim, o modo de produção de conhecimento que marca a modernidade pretende-se hegemônico. O valor e a consequente validade da ciência moderna estão na possibilidade que ela oferece de manipulação, controle, e dominação da natureza e da vida através do conhecimento das leis que regem os fenômenos.

A segunda metade do século XX foi marcada pelo desenvolvimento de novas e de antigas ciências, muitas das quais influenciaram a história da psicologia. A invenção do computador, um dispositivo técnico capaz de memorizar, calcular e resolver problemas trouxe a tona o questionamento sobre o que fundamenta a inteligência humana e o que a diferencia do animal.
O computador foi considerado um sistema equivalente à mente humana, pois pode desenvolver as mesmas operações e chegar aos mesmos resultados.
O computador, no entanto, é uma mente sem reflexão. Ele processa informações,
mas é incapaz de pensar sobre o que faz.

A psicanálise (e este livro) vai tratar do humano, que justamente é diferente do maquínico. Um ser humano que, a partir de sua subjetividade, produz um sentido para sua experiência, sendo capaz de refletir e criar modelos alternativos a simples repetição de padrões instituídos. Esta é uma perspectiva que vai à contramão da modernidade e todo seu império técnico-utilitarista. Não são poucas as dificuldades que encontramos numa prática psicológica que vise à singularidade e os diversos modos de existência do sujeito, dificuldades estas associadas, sobretudo, a interesses capitalistas ligados à produtividade e consumo (afinal, precisa-se apenas de indivíduos sadios para trabalhar e adaptados à sociedade para consumir).

Neste sentido, espero que esta obra seja uma fonte de reflexão e questionamentos ao leitor. Mas que vá além de uma racionalidade prática, envolvendo afetos e, digamos, um espírito revolucionário, pois este nos coloca num perpétuo questionamento acerca de nossas ideias, sempre ponderando sobre nosso conhecimento. É a subjetividade humana na produção de conhecimento em oposição à falsa objetividade.


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