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2.10.15

Uma epidemia de autismo?

“Vivemos uma epidemia de autismo nos EUA. Se nada for feito, em 2025 um em cada dois recém-nascidos será diagnosticado com autismo.” – a conclusão não é de qualquer leigo no assunto,  mas de Stephanie Seneff, pesquisadora sênior do Computer Science and Artificial Intelligence Laboratory no mundialmente respeitado Massachusetts Institute of Technology (MIT). A Dra. Seneff, assim como muitos outros cientistas, afirma que o autismo não é um distúrbio neurológico apenas genético – é praticamente certo que ocorra devido a fatores ambientais. Dois desses fatores estão relacionados à exposição ao glifosato e a um coquetel de metais pesados, incluindo o alumínio. “Glifosato”, guarde este nome, pois já voltaremos a ele...

Antes, é preciso falar um pouco mais sobre o autismo. Trata-se de um distúrbio neurológico caracterizado por comprometimento da interação social, comunicação verbal e não-verbal, assim como de comportamento restrito e repetitivo.

Ninguém “pega autismo”, como se pega uma gripe ou doença sexualmente transmissível. Ou nascemos com autismo, ou não. Os pais costumam notar sinais nos dois primeiros anos de vida da criança. Os sinais geralmente desenvolvem-se gradualmente, mas algumas crianças com autismo alcançam o marco de desenvolvimento em um ritmo normal e depois regridem.

Segundo Temple Grandin, uma famosa autista savant (que desenvolveu grande empatia para com os animais, e pouca para com os seres humanos), autistas como ela “pensam em imagens” e, exatamente por “não serem atrapalhados pelas emoções”, estão aptos a resolver mais facilmente diversos problemas matemáticos e detectar padrões naturais que uma mente normal usualmente deixa passar em branco, simplesmente porque sua consciência está focada em aspectos, digamos, mais sociais da existência.

Mas são poucos os autistas que conseguem se destacar, como Grandin. Muitos são condenados a viver uma vida enclausurada em seu próprio mundo interno, como uma larva que entra num casulo, mas jamais chega a virar borboleta e voar para fora.

Voltando ao assunto da epidemia, mas não ao glifosato (continuem guardando o nome), há muitos americanos que desconfiam que o autismo está sendo causado por vacinas. Apesar de aparentemente absurdo, o assunto foi levado até mesmo ao recente debate dos candidatos do partido republicano à presidência dos EUA. E foi exatamente o mais cotado nas pesquisas para concorrer pelo partido, o bilionário Donald Trump, o único a defender abertamente a ideia de que, sim, as vacinas podem ter alguma relação com a tal epidemia.

Para o desespero dos médicos americanos, este assunto vem se tornando tão popular que doenças erradicadas há décadas estão retornando aos EUA, simplesmente porque alguns pais estão se recusando a vacinar seus filhos. Ora, para derrubar tal teoria, basta comparar as vacinas de hoje com as de décadas atrás, quando não havia tantos casos de autismo diagnosticados, e veremos que não, não é culpa das vacinas, ao menos não diretamente.

É aí que voltamos a Dra. Seneff e ao glifosato... A Monsanto é uma multinacional americana do ramo da agricultura e biotecnologia, sendo de longe a líder mundial na produção e comercialização de sementes geneticamente modificadas e do agrotóxico herbicida RoundUp, o mais vendido do mundo, cuja base é exatamente o glifosato.

O glifosato é um herbicida desenvolvido para matar todo tipo de ervas, usado no mundo todo, e no Brasil desde a década de 70. Há vários indícios de que ele pode ser cancerígeno, além de causar certo impacto ambiental pela destruição de bactérias que são vitais para a regeneração do solo, assim como pela má-formação de fetos de certos animais, principalmente anfíbios. Mas nada foi oficialmente comprovado, não se sabe se com a ajuda do lobby da Monsanto ou não.

A questão é que nunca se usou tanto glifosato no mundo quanto nas últimas décadas, pois a Monsanto também desenvolveu sementes geneticamente modificadas “imunes ao glifosato”, permitindo que ele pudesse ser despejado em grande quantidade sobre as plantações.

Isso significa que todos nós temos traços de glifosato na urina, e até mesmo no leite materno. Nos EUA, essas concentrações são cada vez maiores, e é precisamente aí que a teoria da Dra. Seneff começa a fazer todo sentido.

É possível que o glifosato seja inócuo para a grande maioria de nós, ou que seu efeito nocivo não seja facilmente notado, como a possibilidade de ser um agente cancerígeno. Entretanto, a coisa muda de figura quando temos a informação que ele está presente no leite materno e, dessa forma, na única dieta de um recém-nascido em seus primeiros meses de vida. É possível que o glifosato interfira na formação cerebral, já que sabemos que o homo sapiens vem ao mundo com seu cérebro ainda em plena formação, particularmente no início da vida.

Fazendo mais um “parêntesis” nessa história, vamos dar um pulo no campo espiritual... Anos atrás, quando estudei sobre o tema do autismo, eu tinha certa convicção que se tratava de uma “doença do espírito”. Isto porque, pensemos, ele só aparecia em crianças, e afetava as relações sociais, a empatia e o aspecto puramente emocional da vida. Sempre me pareceu como que uma doença programada para aqueles espíritos que “abusaram” das emoções noutras vidas, e que precisavam passar uma vida com esse aspecto “anestesiado”.

E, se tal convicção foi agora seriamente abalada por esta notícia de que o autismo pode muito bem ser causado por fatores puramente ambientais, ela não caiu inteiramente por terra em minha “rede de possibilidades” – simplesmente pelo fato de que a principal ação do glifosato nos recém-nascidos é a interrupção do bom funcionamento da glândula pineal.

Particularmente quando acompanhado de alumínio (e esse alumínio também vem das vacinas, que podem mesmo ter algum envolvimento indireto no assunto – com toda ênfase no “podem”), o glifosato interfere diretamente na boa formação da pineal, e conforme já sabemos muito pouco sobre essa glândula, sabemos menos ainda sobre o que o seu comprometimento pode acarretar. No entanto, segundo a teoria de um cientista brasileiro, Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, a relação entre o comprometimento da pineal e a baixa empatia faz todo sentido.

O Dr. Oliveira estuda a pineal há muitos anos, e como se trata de um cientista espiritualista, não se acanha ante as possíveis “funções espirituais” associadas à glândula. O que ele encontrou em seus estudos não é nada como “a sede da alma” ou algo vago, mas cristais, cristais de apatita. Ele percebeu que algumas pessoas já nascem com a pineal cheia desses cristais, enquanto outras têm poucos ou nenhum. Assim, ele fez experimentos com ambos os grupos.

Entre aqueles que possuem os cristais, os chamados fenômenos mediúnicos, assim como a percepção de campos eletromagnéticos, são muito mais significativos. Ora, no espiritualismo sabemos que a mediunidade não deixa de ser uma percepção do mundo à volta mais desenvolvida, principalmente no que tange a empatia e as emoções. É muito comum médiuns serem alertados para “tomarem cuidado com o canal aberto”, isto é, como o fato de que, para eles, os fenômenos emocionais podem ser muito mais poderosos e, por vezes, até mesmo devastadores...

E o autismo, o que é, senão o oposto da mediunidade?

Enquanto muitos médiuns têm enorme dificuldade em erguer um casulo entre o seu mundo interior e o exterior, os autistas sofrem do extremo oposto: têm dificuldades exatamente em romperem o casulo que os mantém quase que isolados do mundo social-emocional.

Tudo bem, você pode não acreditar em nada disso, mas a questão aqui não é bem crer, mas buscar por hipóteses que façam sentido, e que não sejam absurdas a priori. E ignorar a possibilidade do autismo se originar no comprometimento das funções da glândula pineal pode não ser o melhor caminho para elucidarmos tal mistério.

Em todo caso, fato é que há sim uma característica de epidemia nos casos de autismo nos EUA. Há um aumento de 75% nos registros desde 2001, e em 2014 cerca de uma a cada 68 crianças foram diagnosticadas com algum grau de autismo (enquanto em boa parte do mundo, esse número não passa de uma a cada 500). Segundo a Dra. Seneff, esse número pode chegar a uma a cada duas, em 2015. É preciso estar de olhos abertos para que os lucros de uma multinacional americana não justifiquem o custo de termos de lidar com dezenas, centenas de milhões de autistas.

***

Crédito da imagem: Google Image Search/cancerfactsheet.org

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8 comentários:

Blogger Ricardo disse...

Raph, para mim, autismo não é o oposto da mediunidade.
Conheço dois autistas de grau alto e ambos são médiuns. Convivi visitando um mensalmente e ele sentia mto mais as influências espirituais do que qq outra pessoa q eu conheço. As alterações de humor dele e crises de epilepsia mostravam como as coisas estavam. O outro trabalha no centro que frequento, e tbm é um ótimo médium trabalhando do seu jeito particular, e de uma forma muito bonita.
Por estas experiências, julgo que o autismo faz a mediunidade ficar "descontrolada" e "aberta demais", como mtas doenças mentais que conhecemos. O canal de sintonia com o mundo espiritual deles não tem um filtro nem controle, como o que nós temos, e, por isto, as coisas ficam mais "difíceis" para eles e eles tem suas crises epiléticas como forma do corpo se proteger de ataques.
Porém, estas substâncias poderiam, sim, fazer a pineal se "descontrolar" e "criar" mais autistas. Entretanto, o autismo nos graus mais leves é dificilmente diagnosticado, o q me leva a crer q só há "mais autistas" hoje, pq estamos mais atentos hoje ao que sempre esteve ai. A ocorrência maior no EUA só é um resultado disto, eles são mais atentos a isto do q no resto do mundo.

2/10/15 21:45  
Blogger raph disse...

Oi Ricardo, obrigado pela sua informação. Nunca tinha ouvido falar de médiuns autistas, mas a sua hipótese do "descontrole" da mediunidade via pineal também faz sentido. De certa forma, um autista médium está desafiando diretamente a doença, em seu aspecto de isolamento emocional-social.

Penso que esses médiuns autistas deveriam ser alvo de estudo, poderíamos aprender muito sobre essa condição à partir deles.

Já sobre a questão da melhoria do diagnóstico, ela certamente explica um certo aumento do número de casos, mas não na velocidade exponencial que temos visto nos EUA, daí a classificação como "epidemia" por alguns analistas...

Abs!
raph

2/10/15 22:08  
Anonymous Anônimo disse...

Uma vez li uma materia e bateu com 3 casos que conheço onde caisais extremamente inteligentes tem filhos autistas.

Cada vez mais as pessoas estao mais inteligentes, sera que nao pode ser isso a causa de filhos autistas?

Sera q o autismo e um problema mental ou seria um nivel de inteligencia ainda nao compreendido?

2/10/15 22:55  
Blogger Ricardo disse...

Olá Raph! Contribuir com a discussão é um prazer! =)
Para mim, os autistas são todos médiuns (já que acessam informações que nós não acessamos facilmente), só convivem com pessoas que não sabe disto e, por isto, não os ajudam a trabalhar sua mediunidade. Acho até q às vezes nascem em famílias não espiritualistas para levá-las a estudar isto junto com os mesmos e assim todos aprenderem e "melhorarem".
Ai entra a pergunta do Anônimo tbm: para mim, como os autistas precisam passar por mtas provas aqui, eles precisam de uma família bem estruturada para que a mesma possa lhe dar suporte. Por isto geralmente terem pais inteligentes e bem financeiramente. E, sim, eles são muito inteligentes, mas de uma outra forma que nós não compreendemos direito ainda.
Também concordo que se estudássemos não só os autistas médiuns, mas como todas as doenças mentais junto com a espiritualidade, aprenderíamos mto mais sobre estas doenças e sobre a própria espiritualidade. Vejo hoje cientistas falando mais sobre coisas "espiritualistas" sem um viés religioso e qse totalmente científico. Anseio ver um dia no qual os dois caminhos se juntem para uma melhor compreensão holística das coisas.
Sim, pode ser q haja um aumento exponencial de casos de autismo sim... Mas talvez precisem reencarnar mais autistas tbm e estas substâncias só sejam mais um elemento para que tudo aconteça como precisa acontecer.
Abs e continue com o seu ótimo trabalho!

3/10/15 12:34  
Blogger raph disse...

De fato, pessoal, há vários níveis de autismo, e no caso de autistas savant, vemos relatos de habilidades extraordinárias, envolvendo memória e capacidade de cálculo muito acima da média, chegando por vezes a níveis espantosos.

A questão é que mesmo nesses casos o "custo" da doença é muito elevado, afinal somos animais sociais, e o autismo afeta diretamente algo essencial para a vida humana: a capacidade de socialização.

Mas não sei se podemos fazer uma relação direta com a inteligência dos pais, embora se saiba que filhos de pais autistas têm até 25x mais chances de manifestar a doença.

Quanto a questão espiritual, continuo achando que a mediunidade pode ter um papel importante no tratamento do autismo. Pois, como se trata de uma atividade extremamente emocional, é bem provável que auxilie de fato muitos autistas a "romperem seus casulos".

Enfim, acredito que ainda precisaremos estudar o autismo por muito tempo, pois é uma doença, ou um condição neurológica, que guarda muitos mistérios...

Abs!
raph

3/10/15 20:53  
Blogger Pedro disse...

O aumento nos casos de autismo podem estar relacionados ao diagnóstico errado feito no passado. Muitas crianças com TEA poderiam ser diagnosticadas com distúrbios de aprendizagem. Além disso esse estudo chega â conclusão que é uma doença ligada à genética.

Não se trata de doença do espírito e nem aflige crianças que , em suas vidas anteriores, abusaram das emoções.

http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/autismo-quase-inteiramente-causado-pela-genetica-aponta-estudo-15507305

14/10/15 17:21  
Blogger Unknown disse...

Olá, achei incrivel seu posicionamento sobre autismo, embora não concorde que ele seja o extremo oposto da mediuinidade e que eles se fazem imparciais ao que ocorre no mundo a sua volta. Acredito plenamente que são seres tão capazes de sentir empatia que isso os assusta. Eles sentem demais, mais até que qualquer um que não tenha transtorno algum. Obrigada

6/2/17 02:04  
Blogger raph disse...

Oi Mara, obrigado. De fato, eu não tenho como entrar na alma de um autista para saber como ele sente, mas me baseei muito nos depoimentos da Temple Grandin para chegar a essa teoria. Claro que há vários autismos, eu mesmo de certa forma tive um pouco na infância, e de fato eu tb "sentia demais". No meu caso foi mais um casulo que eu criei em volta de mim mesmo até aprender a lidar com este "sentir demais" de modo mais consciente.

Abs
raph

6/2/17 08:24  

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